Em uma banda mundana acontece o seguinte:
- Os músicos vivem disso;
- Eles treinam várias horas por dia;
- Estão ali para mostrar o que sabem, e não escondem isso;
- Eles sabem usar os artifícios da música na hora e da maneira correta.
Os grupos de louvor têm uma realidade diferente, a começar do primeiro ponto, os músicos não vivem disso, por isso eles não têm a mesma desenvoltura. Não parece óbvio? Se alguém estuda mais, e ainda por necessidade, esse alguém é mais capacitado do que outro que não se dedica tanto. Os participantes de um ministério de música estão indo por um caminho vergonhoso.
Apesar de não serem dedicados como os profissionais, existem instrumentistas e cantores de ministérios de música muito talentosos. Não com o mesmo “porte”, mas muito talentosos mesmo! Talvez por isso esteja aumentando o grau de altivez em nossos músicos e esse pensamento de se comparar com os que vivem disso. Lógico. As pessoas estão cada vez mais valorizando o músico, coisa que anos atrás não acontecia. A história mostra que essa classe era tratada como membros do terceiro estado assim como os outros, e não com esse glamour que se tem hoje. Se nós músicos já somos vaidosos sem precisar de elogios, imagine só com eles aumentando.
Músico de igreja não tem cacife pra banda. Se tentar imitar vira bandinha chacota diante do mundo. Será que quando iremos entender que uma música bem tocada com simplicidade é mais agradável. Agradável a quem? Aí entra no mérito teológico.
Deus é Santo, Santo, Santo. Deus é o todo poderoso. Deus é magnífico. É o ser que merece o melhor que possamos dar. Assim é com a música. Deve ser a melhor música possível. Entoada da melhor forma e que a igreja de Deus (quero enfatizar IGREJA?) cante da melhor forma e em conjunto (quero enfatizar CONJUNTO).
Quero entender o que se passa na cabeça de alguém que alega que a música é só ESTÉTICA! Estética? Quer dizer que eu estudei nove anos de música para ela ser resumida em estética? Será que é?
Nesses nove anos eu vi: Teoria musical (e ainda estudo); História da música (ocidental e judaica); Física (Acústica é um dos ramos mais complexos da área de exatas, palavras de um estudante de engenharia civil); Efeitos psicológicos da música (na faculdade de medicina há um cadeira sobre musicoterapia); Música na igreja (adoração musical). Alguém dizer que música boa é uma questão de gosto, no mínimo, é um ignorante na área, e olhe que eu sou principiante na área. A música tem sim estética, só não é o principal, é o resultado de toda a matemática existente.
Se a igreja está parando de cantar a culpa é do grupo de louvor, que, mesmo sem querer, está querendo ser banda e esquecendo que a música deve ser um coro e nós músicos deveríamos facilitar o canto congregacional.
Os improvisos aumentam e viram bagunça. Improviso é o tempero da comida, se temperar de mais fica intragável, só que aguenta é que tem um paladar desgastado ou que não sabe o que é uma comida boa. Improviso é para o ensaio e deve ser feito por um único instrumento por vez.
Imagine se um músico do mundo vir um grupo onde o baixo improvisa e a guitarra também ao mesmo tempo que o violino (quando tem) e o piano (ou teclado) e a flauta (se tiver) dançando na música enquanto os cantores fazem arranjozinhos vocais, esse mundando vai rir. Rir muito. Os improvisos exagerados estragam a estética da música e atrapalha a adoração.
Parece que os músicos de igreja estão pegando um tique nervoso de aumentar o volume. Deus não é surdo! A igreja não é surda! Mas os participantes de “bandinha” que o seu som a todo o vapor pra “animar a galera” e ser aplaudido.
Não vamos nos importar com a opinião do mundo, mas a nossa música, mesmo não sendo tocada por profissionais, devia mostrar Deus aos músicos do mundo e não uma tentativa frustrada de imitá-los.
Graça e Paz.
Em Cristo, Conjunto Eterna Adoração